terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Sobre a Sororidade e o Direito de Parole

Muitas de nós assistimos aos filmes da série Piratas do Caribe, Jack Sparrow um pirata espertalhão e desonesto que cruzava os mares em busca de tesouros e aventura, sem se prender a nenhum tipo de ética, sua lei era a mais antiga  praticada  na humanidade; faça o que tiver de fazer para obter o que quer.

Porem este mesmo pirata quando se via preso ou acuado sob ameaça de morte lançava mão de seu Direito de Parole, ou seja, direito de falar com o Capitão do navio e “parolar” com ele usando toda sua astúcia a fim de convencer o Capitão em beneficio próprio, no caso sua liberdade e a manutenção de sua vida.

Assim a Sororidade tem sido usada em alguns meios feministas e por algumas mulheres, como uma carta na manga a ser lançada quando bem lhes aprouver. Aquele argumento que vai salva-la quando seu discurso opressor estiver silenciando irmãs, não as deixando ter a voz de sua própria vivencia, julgando por comportamento que todas nós também somos condenadas, não permitindo que cada mulher seja protagonista de sua história.

Também o que se tem visto é um racha terrível entre mulheres que como os piratas parecem estar numa corrida contra o tempo, mas não para empoderar a si e as outras, mas para conseguir cada vez mais poder e status social.  E nesta corrida desenfreada não evitam naufragar os navios umas das outras e no fim quando o fogo amigo é apontado lá vem a cartada da sororidade, assim como o direito de parole justificando todo mal feito.

Que a nossa “pirataria” seja contra a nau Patriarcado e sua tripulação machista, nós não precisaremos temer os mares bravios se juntas os enfrentar, nós não precisaremos nos esconder das naus se nos armarmos contra elas e apenas a elas atingir nossos canhões. Sororidade não é direito de parole antes é um sentimento de que ao fim da viagem vamos juntar beber do mesmo rum sendo doce ou amargo.


Autora: Ruth Campos  Feitosa