Muitas de nós assistimos aos
filmes da série Piratas do Caribe, Jack Sparrow um pirata espertalhão e
desonesto que cruzava os mares em busca de tesouros e aventura, sem se prender a
nenhum tipo de ética, sua lei era a mais antiga
praticada na humanidade; faça o
que tiver de fazer para obter o que quer.
Porem este mesmo pirata quando se
via preso ou acuado sob ameaça de morte lançava mão de seu Direito de Parole,
ou seja, direito de falar com o Capitão do navio e “parolar” com ele usando
toda sua astúcia a fim de convencer o Capitão em beneficio próprio, no caso sua
liberdade e a manutenção de sua vida.
Assim a Sororidade tem sido usada
em alguns meios feministas e por algumas mulheres, como uma carta na manga a ser
lançada quando bem lhes aprouver. Aquele argumento que vai salva-la quando seu
discurso opressor estiver silenciando irmãs, não as deixando ter a voz de sua
própria vivencia, julgando por comportamento que todas nós também somos
condenadas, não permitindo que cada mulher seja protagonista de sua história.
Também o que se tem visto é um
racha terrível entre mulheres que como os piratas parecem estar numa corrida
contra o tempo, mas não para empoderar a si e as outras, mas para conseguir
cada vez mais poder e status social. E
nesta corrida desenfreada não evitam naufragar os navios umas das outras e no
fim quando o fogo amigo é apontado lá vem a cartada da sororidade, assim como o
direito de parole justificando todo mal feito.
Que a nossa “pirataria” seja
contra a nau Patriarcado e sua tripulação machista, nós não precisaremos temer
os mares bravios se juntas os enfrentar, nós não precisaremos nos esconder das
naus se nos armarmos contra elas e apenas a elas atingir nossos canhões.
Sororidade não é direito de parole antes é um sentimento de que ao fim da
viagem vamos juntar beber do mesmo rum sendo doce ou amargo.
Autora: Ruth Campos Feitosa